Alone-parte 2

quinta-feira, 16 de setembro de 2010 // Postado por Renoth





A vida passa, cicatrizando pequenos machucados que a gente recebe na pele...
Seria tão melhor se eu não soubesse que poderia sorrir, assim daria pra chorar sem o peso, a culpa...
Talvez a culpa seja minha... Talvez seja de vocês...
As semanas passavam devagar, eu ainda não conseguia entender o que havia acontecido no meu quarto, mas ele ainda não tinha voltado. Ele tinha falado algo sobre um nome, uma espada ou escudo, mas eu ainda não tinha entendido nada, era informação demais e pouca explicação.
Eu começava a achar que estava ficando louco. A solidão me corroía e me consumia aos poucos, ainda tinha o canivete guardado em baixo da minha cama para "casos de emergência", mas ainda era fraco demais para usar ele. Ainda.
A única prova que eu ainda tinha era um pequeno papel de bala, com uma marca que eu nunca tinha visto antes, as letras se embaralhavam enquanto eu olhava, como acontecia com aqueles tazos 3-d que eu tinha antigamente, parecia algo como "Dica", isso lá é marca?
Minha mãe continuava me provocando, continuavam me apelidando na escola e eu continuava apanhando a cada resposta, quando não pelo punho por outras palavras. A visita foi magica, mas eu ainda era o inútil de sempre, remando contra uma maré muito mais forte que eu.
Eu pensei que nunca mais aconteceria nada de sobre natural na minha vida de novo, que ela seria um poço vazio de solidão pela eternidade afora. Eu estava enganado, agradecia por isso.
Estava andando pra escola, por lugares normalmente lotados, mas que hoje estavam vazios. Olhei no relógio, 12:12, não estava adiantado, estava na hora, como sempre, por que estava tudo vazio?
-É por minha causa, espero que não se importe- Disse uma mulher sorrindo.
Novamente, era alguém estonteante, era loira, com cabelos enrolados, olhos verdes e um corpo simplesmente perfeito, não era nem alta nem baixa, quase do meu tamanho. Será que eu tinha um imã pra gente bonita?
Percebi que não tinha falado nada até então, mas ainda assim ela tinha respondido a uma das minhas perguntas, será que minha expressão era tão óbvia assim?
-Nãoo você disfarça suuuper bem!- Disse ela sorrindo, num tom irónico quase forçado.
-Como você sabe o que estou pensando?- disse fazendo uma cara perplexa- quem é você?
-Sempre fazendo as perguntas erradas...- disse ela com um falso ar de decepção que em seguida tomou o ar de um sorriso- Bem, posso ser sua espada, seu escudo ou até sua amante, tudo depende do momento!- Seus olhos brilhavam enquanto meu rosto ficava vermelho, tinha que aprender a me controlar.- Eu posso ler seu pensamentos por que você é meu mestre, e assim que se declarar meu dono poderá ler os meu também.
Ok, isso era estranho...
-o que você é?- parecia a pergunta certa, por que eu estava na duvida...
-agora sim, uma pergunta que eu posso responder sem rodeios.- ela parecia orgulhosa com o fato- sou quase um fantasma, um ser sem forma feito através dos seus sentimentos mais profundos, com o único propósito de te ajudar, te guiar e te amar...
-Como?- eu engasguei com minha própria saliva- então você é aquele cara? aquele cara é você?
-otimo, a gente aqui, junto e você vai lembrar dele? - sua fala começou a falhar e então percebi, ela era muito instável, mas prendou o choro e continuou a falar -não, mas nos temos o mesmo nome, somos antónimos, opostos extremos da mesma coisa. Somos como uma moeda, um é a cara o outro a coroa, sendo você o lado que nos cola e nos mantém juntos. Nós amamos você. Já sabe nosso nome mestre?
Ela falou que me amava? ela falou que os dois me amavam? nunca me disseram isso antes, será que eu estava alucinando?
-Desculpa, - disse ela sorrindo- mas não posso ficar até você descobrir nosso nome, até lá te ajudaremos como for possível. Descubra rápido por favor.
eu ia andar, dizer que já sabia o nome, inventar alguma coisa que a fizesse ficar comigo por mais alguns segundos. Ela desapareceu sem soltar fumaça, ou virar pó, simplesmente desapareceu, como se nunca estivesse ali. Em seu lugar ficou apenas uma pequena caixa, cheia de doces que eu nunca tinha visto antes e com todos com embalagens da mesma marca: "dica".
Guardei a caixa na mochila e mordi um pé-de-moleque enquanto ia pra escola. Quase tinha me esquecido, o amor tinha mesmo esse gosto...

3 Comentários

Blogger Pimy Chan comentou...

*Ansiosa* Super-mega-demais!!!! Adorei mto!

16 de setembro de 2010 às 13:01  

Blogger Mimy comentou...

muiito boom *-* (como o esperado de você *-*)

16 de setembro de 2010 às 13:41  

Blogger Mimy comentou...

que é isso? Você escreve super bem!
Eu pesquisei muito para escrever. Bruxaria é meu tema favorito *-*
O que você escreve é viciante *-* eu leio por que realmente gosto
hei e vc colocou "meus deuses". Quais são os deuses wiccas mesmo? ashuahs *curiosidade*

18 de setembro de 2010 às 11:24  

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Em algum lugar...
Contos e pedaços aleatórios da minha vida. Quase um diário, quase um poema, quase um livro. Se descobrir o que é, favor contactar contando.
Sakura’s warning: não mexam na groselha na geladeira. Grata.

Quem?

Eu? Bem, não há muito a dizer. Cursando o segundo semestre da faculdade de jogos digitais na fatec, e o sexto ou sétimo modulo do curso de computação gráfica da Saga. Um futuro profissional da área de jogos, ou de qualquer outra área que venha a me aceitar. Um pequeno monstro com um grande fraco pelo Konta.

como me achar?

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